terça-feira, janeiro 31, 2006

O meu Anjo?


Onde está o meu Anjo?
Perdi o meu Anjo.
Sinto um vazio enorme em mim.
Sem o meu Anjo não sou o mesmo.
O meu Anjo acompanhava-me por todo o lado.
O meu Anjo perguntava-me sempre como eu estava, agora o meu Anjo não pergunta nada.
E agora?
O que faço?
Por vezes o meu Anjo estava tão preocupado comigo, e eu nem dava noticias.
O meu Anjo sofria bastante.
Se eu precisava de carinho… quem dava? Era o meu Anjo!
Se eu precisava de uma palavra amiga… quem dava? Era o meu Anjo!
Se eu precisava de um peito aberto para encostar a minha cabeça… quem dava? Era o meu Anjo.
Eu quero o meu Anjo de volta!!
Alguém sabe dele?
…..
….
….
Que silencio, ninguém responde.
Digam alguma coisa!!!
Respondam!!!
Quero o meu Anjo!! Quero o meu Anjo!!!
Tragam o meu Anjo de volta!!
Meu Deus, guia o meu Anjo até ao caminho que bem conhece.
Fui mau contigo meu Anjo?
Meu Anjo. Volta guiar-me, volta a preocupar-te comigo, volta a perseguir-me, volta a acarinhar-me.
Volta meu Anjo.
Protege novamente este coração frágil.

Verdade...

















Quantas vezes ouvem dizer:

“Quem diz a verdade não merece castigo.”

Pois é… não merece, mas vai ter castigo… é tão estúpido este provérbio!
Dos que dizem isso, quantos é que não castigaram?

Digam qualquer coisa….

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Abracei Lisboa

Corri para Lisboa debaixo de um maravilhoso céu alaranjado de fim de tarde. Quando cheguei, voaste para o meu pescoço, abraçámo-nos… apenas por aquele momento toda a viagem fizera sentido, por aquele sorriso de boas vindas, por aquele olhar que mata impiedosamente todas as saudades que foram e são sentidas! Mas o fds estava apenas a começar:)
Depois de um despertar diferente com mordeduras no nariz de uma leoa traumatizada por viver com quem vive, acabamos por ir para o terreiro do paço, usar e abusar de um fim de tarde típico de Inverno… cinzento… azul, vermelho, amarelo, alaranjado, verde, com todas as cores por nós pinceladas, naquele terreiro que, por algumas horas deixou de ser frio e gelado, para ser nosso, só nosso! A noite foi chegando e com ela a chuva, miudinha, foi caindo ao som de sigur-rós e radiohead entre muitos sons que nos fazem caminhar à chuva…
Continuamos a nossa viagem passando pelo mundo dos cheiros, odores mais ou menos agradáveis, numa noite sempre fria, aquecida por sorrisos e olhares gentilmente oferecidos.

Até que, sem nada o fazer esperar… ouve-se um berro “esta a nevar!” voamos para a rua e, algo belo e puro caía lentamente do céu. Bailava em frente aos nossos olhos, lentamente ao sabor do vento gelado, caía na cara beijava-a e desaparecia… era neve! Branca e imaculada que sorria para nós… o final perfeito para um fim-de-semana demasiado curto…

Era chegada a hora do adeus. Corri para o autocarro, acompanhado por um silêncio cúmplice, aquele silêncio que fala… aquele silêncio só nosso…
Entrei no autocarro… um novo silêncio gelou-me o corpo, um silêncio que sabe ao vazio, que sabe ao nada… perdido algures entre a realidade de uma noite fria e o mundo longínquo dos sonhos, vi-nos a todos, continuamos perdidos pela capital, novamente desencontrados, talvez, mas sempre à “nossa” procura…

Abracei Lisboa ao som de um piano, a cidade grande que julgava demasiado fria e cinzenta, revelou-se simples e acolhedora…


…quero voltar!

Muitos parabéns…
Muitos beijinhos e um abraço quente para a menina que dança sobre a neve com os seus pés descalços…

Deixo-te um poema… sobre o dia em que a neve nos sorriu…

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
(…)

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

BALADA DA NEVE -Augusto Gil

Abracei Lisboa…


Vamos?



foto tirada por Mega Smile em Setembro de 2003(Portal do Inferno)

- Olá!
O que fazes aqui no fundo do vale junto a este rio?

- Olá! Não sei…

- Estás perdida?

-Não sei… não tenho força…

-Não fiques parada… faz como o rio… corre para o mar.

-Porquê continuar?! Porquê?

-Não é o teu sonho? Se é… luta!! Não acho que seja uma boa ideia parar de sonhar! Qual o significado da vida sem sonhos? Sonhar não te impede de trabalhar, exige é mais de ti, porque leva-te a querer ir mais longe. Que seria do mundo sem sonhos? Sonha e luta pelo teu sonho!

- Achas? Não sei se tenho força.

- Sim, tu tens força. Sempre tiveste, não era agora que vais deixar de ter. Não deixes o sonho a meio.

- Não sei se sou capaz… sinto-me confusa…

-Eu vou subir o monte. Lá no cimo tem um miradouro com vista para o mar. Vens?

- Não sei como é o caminho… não sei se vou.

- O caminho é como os outros… Tem sítios apertados, mas também tem sítios onde se caminha bem. Vale a pena. Depois de lá chegares, não poderás lá estar o tempo todo… vamos ter que descer novamente para nos alimentarmos. Vale a pena o esforço. Anda!

- Não sei se vale a pena ter tanto trabalho.

-Sim, vale a pena. Daqui só vês o rio. De lá de cima vês o rio, mar e todos os outros montes que estão para trás. Eu ajudo-te! Anda! Vem comigo.
Porque és assim? Sem ajuda não conseguiras realizar os teus sonhos. Não sejas orgulhosa. A ajuda é sempre bem vinda.
Achas que eu sou forte? Não sou! Também preciso de ajuda.

-Já te disse que não preciso de ajuda.

-Porque és assim tão fria? Solta o que está dentro de ti. Um dia não vais aguentar essa pressão. Não te quero ver despedaçada.
Olha! Eu vou subir. Depois deste monte, está outro…. Se eu continuar a subir e a descer os montes, vou chegar ao mar. Quando chegar ao mar, vou recordar a passagem por este rio… vou recordar a subida deste monte… Eu vou subir, mas também tenho a certeza que é melhor continuares. Se continuarmos juntos, chegaremos ao mar em menos tempo. Eu ajudo-te e tu ajudas-me. Se não fores eu vou… posso ficar pelo caminho, mas pelo menos tento.

-Segue. Não quero que sofras comigo.

-O amor e o sofrimento são para partilhar…. Tal como diz o verbo:

Eu sofro
Tu sofres

Eu amo-te
Tu amas-me


-Mas eu não quero… não sei… estou confusa… sei lá….

-Olha, eu vou seguir o meu caminho.
Segue as minhas pegadas.
foto tirada por Mega Smile em 2003(Espinho)

domingo, janeiro 29, 2006

Conversa de amor e ódio...



Um dia o amor perguntou ao ódio:

-Porque me odeias tanto?

O ódio respondeu:

-Porque um dia amei-te de mais.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Coisas da vida...




A vida tem coisas boas e coisas más. Passamos bons momentos, passamos maus momentos.
O que é bom, deixas num canto com carinho sempre pronto a recordar (mesmo que o que seja bom, faça sofrer ao recordar), o que é mau guarda num baú, mas guarda bem lá no fundo e não lhe “mexas” muito. Recorda as coisas boas com orgulho, recorda as coisas boas de maneira a encher-te de alegria e com mais vontade de viver. Se tiveres que dar um passo atrás para dar dois à frente… não hesites.
De um momento para o outro a vida pode dar uma volta de 180º. Nunca se está preparado... mas convém ter sempre um pé atrás para poderes dar uma nova volta de 180º à tua vida. Vive e não sobrevivas. Vive uma coisa de cada vez.

Vive, ama, sonha, projecta, executa e realiza.




Foto tirada por Mega Smile: Set. 2001 - Furadouro

quinta-feira, janeiro 26, 2006

vens...

Vou fugir daqui!!!
Vou para aquela estrela pequenina perto da estrela mais visível do céu. Estás a vê-la?! Sshiuuuu não digas nada a ninguém, ainda ninguém reparou nela. Toda a gente olha só para a estrela grande e bonita! Mas eles não sabem, a pequenina é que é linda! simples e bela, como todas a estrelas devem ser.
Vens lá ter comigo?!
Tem um sítio maravilhoso debaixo de um pinheiro manso, com vista para a lua. Vê-se a lua linda, tão grande, quase do tamanho dos nossos sonhos… quase que pudemos agarra-la, senti-la! Um sítio maravilhoso, onde impera o silêncio do vazio e os nossos desejos flutuam…
Sentamo-nos debaixo do pinheiro manso e ficamos ali, a olhar para a lua durante toda a eternidade…
Vens?!
Não te consigo ouvir, há demasiado ruído aqui na terra, por isso, vou andando. Se quiseres, sabes onde me encontrar…


apesar ser o sol que nos aquece a alma, é a lua que nos conforta o coração...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Ás vezes...







Ás vezes não sei o que quero.
Ás vezes não sei para onde ir.
Ás vezes não sei para me onde virar.
Ás vezes não sei o que fazer.
Ás vezes não sei vale a pena viver.
Ás vezes não sei se vale a pena correr para uma meta onde já chegaram à minha frente.
Ás vezes não sei se vale a pena lutar por o que eu quero.
Ás vezes não sei se vale a pena AMAR.
Ás vezes não sei do que gosto.
Ás vezes não sei o que é bom e o que é mau.
Ás vezes há uma grande confusão na minha cabeça e nem sei onde me ir “meter”.
Ás vezes não entendo o que está errado.
Ás vezes “pago” por o que não faço.
Ás vezes faço porque sou obrigado.
Ás vezes questiono-me: O que está errado?
Ás vezes questiono-me: Mereço isto?
Ás vezes questiono-me: Porque me acontece isto?
Ás vezes questiono-me: Qual vai ser o meu futuro?
Ás vezes questiono-me: O que vou fazer?
Ás vezes questiono-me: Deus existe?
Ás vezes questiono-me: O que ando a Fazer?
Ás vezes questiono-me: Há pessoas ideais?
Ás vezes sou enganado.
Ás vezes apetece-me estar sozinho.
Ás vezes apetece-me estar na melhor companhia que há no mundo.
Ás vezes apetece-me gritar.
Ás vezes apetece-me fugir.
Ás vezes apetece-me ir para o paraíso.
Ás vezes gosto de falar.
Ás vezes não dou ouvidos a quem me avisa.
Ás vezes não me ouvem.
Ás vezes sou tapado.
Ás vezes podia ter um pouco mais de vontade.
Ás vezes podia esforçar-me mais.
Ás vezes gostava de ser mais velho.
Ás vezes gostava de ser rico.
Ás vezes nãos sei se devia ter nascido.
Ás vezes sinto-me só.
Ás vezes não sou compreendido.
Ás vezes sou ignorado.
Ás vezes gostava de saber o que vai na cabeça dos outros.
Ás vezes gostava de perceber a atitude dos outros.
Ás vezes gostava de ser perfeito.
Ás vezes gostava de saber o que os outros pensam de mim.
Ás vezes gostava de ser um pássaro e ver tudo de lá de cima.
Ás vezes gostava de ser mosca e “cuscar” sem darem por mim.
Ás vezes não percebo porque há guerra e não há paz.
Ás vezes não percebo porque há pessoas tão cruéis.
Ás vezes não percebo porque se discute e não se fala.
Ás vezes porque eu discuto e não falo?
Ás vezes sou “rotulado”.
Ás vezes gostava de ter algo que não me consigo exprimir.
Ás vezes gostava de sentir algo que não me consigo exprimir.
Ás vezes gostava de pedir algo que não me consigo exprimir.
Ás vezes gostava de ter alguém e partilhar e dar tudo o que tenho.
Ás vezes….

terça-feira, janeiro 24, 2006

Preocupação!













Será que eu tenho preocupação comigo mesmo?
Penso que não.
Ou tenho pouca preocupação.
Dou por mim centenas e centenas de vezes preocupado com…. com tudo…. menos comigo…
Será que se preocupam comigo?
Olha por ti que porque poucos o olham.

um bafo...

Inspiro, travo…levito… deixo o meu corpo sem vida e voo para o infinito…
A cada bafo que damos voamos para um novo mundo, um mundo pequeno e acolhedor, um mundo só nosso, um mundo que mais ninguém conhece… Um mundo onde podemos andar eternamente de baloiço, onde podemos voltar a brincar na lama, um mundo onde podemos sorrir sem ser presos…
Sorrimos juntos à parva! Um simples olhar pode despoletar uma reacção de gargalhadas em cadeia, como se fosse o rastilho para todas as sensações e reacções escondidas e censuradas no mundo dos homens… um escape…
Paro anestesiado a olhar para a lua… subitamente abraço todos os meus amigos e não os largo… nunca os largo…
Encosto-me suavemente…
Uma paz de espírito à muito não sentida invade-me a alma…
Expiro…
Numa longa noite que nasceu com o “sunrise”, continuou com o sabor a pipocas de um gole de porto e que nunca vai terminar… eternamente guardado em sorrisos trocados e gargalhadas perdidas pelos recantos escuros desta negra cidade que é Coimbra. Caminhamos juntos a invocar velhos sonhos e desejos… reprimidos, talvez, mas nunca esquecidos…

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
(…)
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão

Os problemas não acabam, mas pelo menos desaparecem…

segunda-feira, janeiro 23, 2006

...

Entro no quarto vazio e disforme, já não o reconheço como sendo meu… passeio-me até a porta da varanda, sinto o chão frio a aquecer os pés descalços, abro a porta. Uma brisa quente de primavera invade o quarto, sente-se um leve aroma doce a flores no ar. A luz pálida da lua ilumina o quarto escuro, este adquire sombras estranhas, vultos, fantasmas do passado vagueiam livremente… vejo-os nas sombras, sinto-os ao meu lado…
Sento-me na cama… Olho em volta, a brisa faz ondular os cortinados brancos. O quarto está mergulhado no mais profundo silêncio… estático… Ouço apenas o bater inconstante do relógio do meu coração…
Tic, Tac… Tic, Tac… Tic, Tac…

Desfiro um golpe profundo… Uma dor aguda baralha-me os sentidos… uma dor que não se compara à dor da apatia outra hora sentida, à dor de perceber que nada disto faz sentido, que nada disto vale a pena…
Um fio de um líquido estranho brota do meu pulso, sai do meu corpo à muito tempo sem vida…
Repito-o…
Deixo cair os braços, sinto esse estranho líquido a fluir pela palma das minhas mãos, acariciando-as, até chegar às pontas dos dedos e cair no chão como folhas soltas de Outono…
Levanto-me suavemente… caminho até a varanda. Das folhas caídas do meu corpo, nascem flores de todas as cores feitios e tamanhos…
Sento-me na cadeira de ferro já desgastada pelo tempo, o frio do ferro enferrujado conforta-me…
já não tenho medo…
Contemplo o mundo ao meu redor… É noite de luar! Existirá coisa mais bonita?! Quero voar até lá… até à lua… ser finalmente livre! Deixar este negro mundo em que supostamente vivemos… onde supostamente conseguimos ser felizes…
A dor já passou…
Ouço gargalhadas, frases soltas, vejo cenas do meu alegre passado… viajo… sorrio…

As trevas já roubaram a lua… sinto o pesado e frio abraço do negro destino a abater-se sobre mim…
A brisa suave parou… já não cheira a flores…
Está tudo embebido no mais perfeito e imaculado silêncio…
Começou a chover… uma chuva miudinha deliciosa, sinto-a a beijar-me a cara e a lamber-me gentilmente os pés gelados…
Inspiro suavemente…
Tic, Tac… Tic, Tac… Tic…

Onde ele está?


- Onde ele está? Onde é que ele está? Alguém o viu? Que se passa com ele? Está bem? Está vivo? Onde está aquele tipo que andava sempre bem disposto e que comcontagiava tudo e todos os que estavam á sua volta e que conseguia iluminar uma sala com a sua gargalhada? Onde ele está? Expliquem-me!!

- Ele está cá, mas não quer que o vejam. Tenho-o visto e não parece o mesmo, está com um problema grave. Digamos que é uma ferida que lhe está a tirar a vida. Ele tem uma ferida grave. Uma ferida que não tem sangue, uma ferida profunda, uma ferida que se vai transformar numa cicatriz que nunca mais desaparece, uma cicatriz que ninguém vê, uma cicatriz que o vai marcar para sempre. É uma cicatriz que dói naquele lugar profundo junto ao peito, é uma cicatriz que aperta o coração, é uma cicatriz que lhe vai parar o coração. É um coração apertado de dor, é um coração apertado e sofrimento. É um coração frágil que ama, é um coração que está a ser apertado e precisa de ser amado. É um coração que precisa de ser amado porque a qualquer momento pode parar.

- E porque quem pode tirar essa dor não aparece? Porquê? Aparece!!! Aparece!!! Dá-lhe vida!!! Dá-lhe amor!!! Dá-lhe que ele pode morrer!!! Se já lhe deu… porque não volta a dar??! Porquê??! Aparece e dá-lhe vida, aparece porque vais ser mais feliz. Aparece e vais sentir-te dona do mundo. Aparece como o Sol aparece para os dias. Aparece e vais aquecer com o teu Sol o coração que te vai acarinhar, o coração que te vai mimar, o coração que te vai apoiar a toda a hora e a todo o segundo. Não te escondas e não o deixes o coração parar. Aparece para eu poder vê-lo novamente. Aparece que eu não o posso ver assim. Aparece! Aparece! Aparece!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

O poder de uma criança.

foto tirada por Mega Smile: Agosto 2004 - Barranco das Belharucas


Não sou criança…. Ainda no dia do meu aniversario me disseram para não deixar morrer a criança que há dentro de mim. Se eu pudesse, entrava numa máquina do tempo e voltava uns 20 anos atrás. Década de 80… era um puto sem preocupações que tinha a família e amigos ao meu redor … não imaginava os caminhos e trilhos degradados que iria passar no futuro. Nessa altura era tudo um mar de rosas… passear com os avós… com os tios e tias…. padrinho e madrinha… mãe e pai… enfim, eu era o bombo da festa. Não é que agora não tenha toda essa atenção, pelo contrário, continuo mais próximo e cada vez dou-lhes mais valor. Eles que são o meu staff. Estão sempre nas minhas costas prontos para tudo.
Já viram bem a pureza e a inocência em todos os movimentos e palavras de uma criança? Não mentem, são directos e por vezes dizem determinadas coisas com tanta inocência, que conseguimos rir profundamente minutos e minutos, até doer os queixos!
Onde está uma criança, está a felicidade, a paz e alegria.
Mas o passado lá vai… recordar é viver e é bom recordar, mas não convém viver o passado. Sou adulto de novo…

sexta-feira, janeiro 13, 2006

voamos!

… e assim foi… bastou um “porque não?”, para no dia seguinte acordar na grécia, entre sorrisos conhecidos numa linguagem não tão familiar, quase sem ninguém saber, fugimos para outro mundo!
Entre paisagens de perder a respiração e com um maravilhoso mar, andamos perdidos… Como crianças, experimentamos a beleza de um novo mundo, sabores e cheiros de um país distante.
Mas… o tempo voou, fugiu-nos… o tempo de “doideira” tinha chegado ao fim. Era chegado o tempo de sentir a garganta seca e aquele nó no estômago… aquele sentimento de perda imensa que não se descreve, sente-se… e quem o nunca sentiu?!
Despedimo-nos… de sorriso mal feito e com uma lágrima de saudade no canto do olho… era tempo de voar para a realidade…
Desde aí quis o destino que nos encontrássemos em cada esquina… fomos viajando em trabalho, ou devido a coincidências mais ou menos propositadas… voltamos a sorrir juntos, levados pelo vento descobrimos novos mundos…

Mas algo ficou por lá…por esses recantos do mundo. Não apenas na Grécia, mas em cada lugar por onde passamos, e em cada lugar por onde ainda vamos passar… Algo que perdemos, algo que faz falta! São apenas gotas, gotas de saudade, gotas que o tempo não consegue fazer evaporar… e, de vez em quando por razoes inexplicadas, nasce uma vontade sem limite… aquela vontade de fazer, de conquistar, de voltar… de recuperar todas as gotas outra hora deixadas ao acaso…

Voamos… sempre acompanhados por um cubo mágico e pela música de gente mais ou menos conhecida… deixo-te uma delas… uma que me faz viajar, entre cenários da vida real e de filmes que ficam sempre na memoria. Uma música para cantarolares e porque não ouvires…

"Hallelujah"
Well I heard there was a secret chord
that David played and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do you?
Well it goes like this:
The fourth, the fifth, the minor fall and the major lift
The baffled king composing Hallelujah

Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah

Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
She tied you to her kitchen chair
She broke your throne and she cut your hair
And from your lips she drew the Hallelujah


Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah

Baby I've been here before
I've seen this room, and I've walked this floor,
I used to live alone before I knew you
And I've seen your flag on the marble arch
But love is not a victory march
It's a cold and it's a broken Hallelujah

Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah

Well there was a time when you let me know
What's really going on below
But now you never show that to me do you
But remember when I moved in you
And the holy dove was moving too
And every breath we drew was Hallelujah

Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah

Maybe there is a God above
But all I've ever learned from love
Was how to shoot somebody who outdrew you
And it's not a cry that you hear at night
It's not somebody who's seen the light
It's a cold and it's a broken Hallelujah

Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah
Hallelujah Hallelujah Hallelujah Hallelujah





Parabéns…

Um beijo para a menina que tem o brilho das estrelas no olhar …

Voamos?

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Porquê??!!!


Porque é que a chuva cai em gotas? Porquê? Digam-me porquê!!! Não vale a pena... isso tem explicação. Mas quando se pergunta o porquê e não há( mas há) explicação, custa imenso não saber o porquê. É uma dor que por vezes aperta o peito de tal meneira que tira a vontade de viver e voltar a sonhar. Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê? Mas porquê?

segunda-feira, janeiro 09, 2006

de volta...

Volto para Coimbra, para a minha cidade, para a minha casa, para o meu quarto…
Sento-me na cadeira em frente à secretaria, olho em volta, o quarto continua desarrumado… sorrio…
Preparo-me para tentar estudar… Olho para o livro, inspecciono cuidadosamente a capa, abro-o e começo a ler… fecho o livro, desisto! Encosto-me na cadeira dura.
Arrasto-me até a janela, sento-me no parapeito. O frio da noite abraça-me suavemente e a brisa gelada embala-me, conforta-me…
A alta está envolta num nevoeiro cerrado, desapareceu… tornou-se num mundo de fantasia. Esta noite, tudo é possível!

Bebo um trago de porto, subitamente, o aroma quente e o doce sabor levam-me para outros lugares. Vejo-me a correr por ai… a saltar de charco em charco… a abraçar… a sorrir… Ouço gargalhadas perdidas em antigos devaneios por ruas e ruelas estreitas deste “meu” mundo…
Suspiro… o vapor de água eleva-se lentamente à minha frente, dança e esvanece-se no ar…
Um novo ano em Coimbra está a começar, talvez o último…

É meia-noite, a cabra toca ao longe…

Combate da vida... Combate da esperança.

A vida é como um combate de boxe…. Tem vários rounds uns somos vencidos, outros somos s vencedores, mas só no final do combate se encontra o verdadeiro vencedor. Podemos perder todos os rounds ma se no ultimo derrubarmos o adversário por KO sairemos como um vencedor e como um verdadeiro campeão. Continua a lutar! Eu luto por o que quero. Luto pelas gotas que me dão vida.

sábado, janeiro 07, 2006

Fim de tarde... Com uma gota especial!

Pois é... Esta foto foi tirada num final de tarde de Inverno de 2004 no Furadouro... tantas gotas ao naquele imenso mar sem fim... Eu tive a sorte de estar acompanhado com uma GOTA especial.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

saudade

(…)
– Bom dia – disse o rapaz. E ajoelhou-se na água, em frente da Menina do Mar.
– Trago-te aqui uma flor da terra – disse; chama-se uma rosa.
– É linda, é linda – disse a Menina do Mar, dando palmas de alegria e correndo e saltando em roda da rosa.
– Respira o seu cheiro para veres como é perfumada.
A Menina pôs a sua cabeça dentro do cálice da rosa e respirou longamente. Depois levantou a cabeça e disse suspirando:
– É um perfume maravilhoso. No mar não há nenhum perfume assim. Mas estou tonta e um bocadinho triste. As coisas da terra são esquisitas. São diferentes das coisas do mar. No mar há monstros e perigos, mas as coisas bonitas são alegres. Na terra há tristeza dentro das coisas bonitas.
– Isso é por causa da saudade – disse o rapaz.
– Mas o que é a saudade? – perguntou a Menina do Mar.
– A saudade é a tristeza que fica em nós quando as coisas de quem nós gostamos se vão embora.
– Ai! – suspirou a Menina do Mar olhando para a terra. Por que é que me mostraste a rosa? Agora estou com vontade de chorar.
O rapaz atirou fora a rosa e disse:
– Esquece-te da rosa e vamos brincar. (…)
a menina do mar de Sophia de Mello Breyner Andresen
Cada vez que fecho os olhos viajo… viajo no tempo, por mundos longínquos e maravilhosos… vejo olhares, sorrisos, pessoas, paisagens…
sinto aquele aperto no coração… (parece que o tempo pára… recordo…)
Abro novamente os olhos, passou somente um instante… todo à minha volta corre em alvoroço, como formigas, à procura de algo que parecem não encontrar…
Sorrio…
…prossigo o meu caminho…
...à procura de…

segunda-feira, janeiro 02, 2006

peniche 05|06

"doidas doidas doidas andam as galinhas
para por o ovo lá no buraquinho
raspam raspam raspam para alisar a terra
bicam bicam bicam pra fazer o ninho..."

sorrisos, gargalhadas, olhares, beijos, abraços quentes e apertados...
peniche... um bocadinho de céu... na terra...




mega :)

Corre, pula, salta de charco em charco, molha-te, suja-te, rebola na lama, brinca, faz asneiras, sente as gotas de chuva na face, sorri, vive, ousa!
e se por algum motivo te magoares e começares a sentir um arrepio frio no teu coração... de certeza que quando voltares ao teu porto de abrigo vais ter alguém à tua espera para te ajudar, para te limpar... enquanto sorri para ti...
e depois... :)
Corre, pula, salta de charco em charco, molha-te, suja-te, rebola na lama, brinca, faz asneiras, sente as gotas de chuva na face,sorri, vive, ousa!
nunca desistas... nunca deixes de ser o doido que faz apagar os postes de iluminação pública, aquele que com a sua gargalhada ilumina a sala... aquele...
nunca deixes...
... nunca deixes morrer a criança que há em ti...
Parabéns...


(como prenda ofereço-te uma boneca desmontada, acho que sabes o que fazer com ela:))