Abracei Lisboa
Corri para Lisboa debaixo de um maravilhoso céu alaranjado de fim de tarde. Quando cheguei, voaste para o meu pescoço, abraçámo-nos… apenas por aquele momento toda a viagem fizera sentido, por aquele sorriso de boas vindas, por aquele olhar que mata impiedosamente todas as saudades que foram e são sentidas! Mas o fds estava apenas a começar:)
Depois de um despertar diferente com mordeduras no nariz de uma leoa traumatizada por viver com quem vive, acabamos por ir para o terreiro do paço, usar e abusar de um fim de tarde típico de Inverno… cinzento… azul, vermelho, amarelo, alaranjado, verde, com todas as cores por nós pinceladas, naquele terreiro que, por algumas horas deixou de ser frio e gelado, para ser nosso, só nosso! A noite foi chegando e com ela a chuva, miudinha, foi caindo ao som de sigur-rós e radiohead entre muitos sons que nos fazem caminhar à chuva…
Continuamos a nossa viagem passando pelo mundo dos cheiros, odores mais ou menos agradáveis, numa noite sempre fria, aquecida por sorrisos e olhares gentilmente oferecidos.
Até que, sem nada o fazer esperar… ouve-se um berro “esta a nevar!” voamos para a rua e, algo belo e puro caía lentamente do céu. Bailava em frente aos nossos olhos, lentamente ao sabor do vento gelado, caía na cara beijava-a e desaparecia… era neve! Branca e imaculada que sorria para nós… o final perfeito para um fim-de-semana demasiado curto…
Era chegada a hora do adeus. Corri para o autocarro, acompanhado por um silêncio cúmplice, aquele silêncio que fala… aquele silêncio só nosso…
Entrei no autocarro… um novo silêncio gelou-me o corpo, um silêncio que sabe ao vazio, que sabe ao nada… perdido algures entre a realidade de uma noite fria e o mundo longínquo dos sonhos, vi-nos a todos, continuamos perdidos pela capital, novamente desencontrados, talvez, mas sempre à “nossa” procura…
Abracei Lisboa ao som de um piano, a cidade grande que julgava demasiado fria e cinzenta, revelou-se simples e acolhedora…
…quero voltar!
Muitos parabéns…
Muitos beijinhos e um abraço quente para a menina que dança sobre a neve com os seus pés descalços…
Deixo-te um poema… sobre o dia em que a neve nos sorriu…
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
(…)
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
BALADA DA NEVE -Augusto Gil
Abracei Lisboa…
Depois de um despertar diferente com mordeduras no nariz de uma leoa traumatizada por viver com quem vive, acabamos por ir para o terreiro do paço, usar e abusar de um fim de tarde típico de Inverno… cinzento… azul, vermelho, amarelo, alaranjado, verde, com todas as cores por nós pinceladas, naquele terreiro que, por algumas horas deixou de ser frio e gelado, para ser nosso, só nosso! A noite foi chegando e com ela a chuva, miudinha, foi caindo ao som de sigur-rós e radiohead entre muitos sons que nos fazem caminhar à chuva…
Continuamos a nossa viagem passando pelo mundo dos cheiros, odores mais ou menos agradáveis, numa noite sempre fria, aquecida por sorrisos e olhares gentilmente oferecidos.
Até que, sem nada o fazer esperar… ouve-se um berro “esta a nevar!” voamos para a rua e, algo belo e puro caía lentamente do céu. Bailava em frente aos nossos olhos, lentamente ao sabor do vento gelado, caía na cara beijava-a e desaparecia… era neve! Branca e imaculada que sorria para nós… o final perfeito para um fim-de-semana demasiado curto…
Era chegada a hora do adeus. Corri para o autocarro, acompanhado por um silêncio cúmplice, aquele silêncio que fala… aquele silêncio só nosso…
Entrei no autocarro… um novo silêncio gelou-me o corpo, um silêncio que sabe ao vazio, que sabe ao nada… perdido algures entre a realidade de uma noite fria e o mundo longínquo dos sonhos, vi-nos a todos, continuamos perdidos pela capital, novamente desencontrados, talvez, mas sempre à “nossa” procura…
Abracei Lisboa ao som de um piano, a cidade grande que julgava demasiado fria e cinzenta, revelou-se simples e acolhedora…
…quero voltar!
Muitos parabéns…
Muitos beijinhos e um abraço quente para a menina que dança sobre a neve com os seus pés descalços…
Deixo-te um poema… sobre o dia em que a neve nos sorriu…
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
(…)
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
BALADA DA NEVE -Augusto Gil
Abracei Lisboa…
5 Comments:
esses abraços sao bons, nao sao? sinto falta deles. sao abraços que marcam um momento... sao abraços que marcam para o resto da vida.
um ABRAÇO
jonny boy , o menino está mesmo maravilhado pelos doces de Lisboa.........
abraço
jony
Abracei-te em Lisboa...
Obrigada.
O João era:
- intocavel
- forte
- nada de saudade
- nada de ir pra Lisboa
- nada de abraços
- nada de romantismo
O João era:
- de copos
- de borga
- de noites
- de amarelas
- de tudo...
Parabens Lisboa !!
Mudas-te o João, derretes-te o João de ferro, abraças-te o ponto fragil do João!!
Ele nunca mais vai ser o mesmo...
Parabens Lisboa...
Porta-te bem puto..
Onde é que anda aquele joão que quando viiajava por terras de mouros gostava era de ir roçar silvas e debravar mato, sempre com a amiga super bock e carseberg,
agora .......agora anda sempre por terras de mouros em busca de pastei e sagres,...
lisboa abraçou e mudou o nosso jonny boi.....
viva os tempos de mudança, e a quebra da monotonia.......
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