quarta-feira, outubro 18, 2006

Sete palmos de terra

O corpo afoga-se lentamente no solo, humedecido pela chuva fria de Outono. Num eterno abraço, desaparece, deixa este mundo estranho e sem sentido.
Desaparece…
E com ele, todas as lutas, todos os sonhos, todos os sorrisos, todas as lágrimas, todas as tristezas…
A terra quente acaricia-lhe o corpo, a escuridão já não lhe mete medo... sente-se em casa, acomoda-se cuidadosamente, como se estivesse deitado no quente da sua cama.
Refugia-se na solidão do vazio,
Sozinho…
Chove, uma morrinha fria num dia cinzento, num dia igual…
Sorriu, fechou os olhos e adormeceu embalado pelos sonhos e sorrisos de outrora, agora é finalmente… livre!

Ninguém reparou, ninguém deu pela sua falta, os dias continuaram a passar como de costume, sem chegarem a ser saboreados…
Sozinho como sempre esteve...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

.... no doce cheiro a terra molhada
que te embala o sono
e te aquece os sonhos

à sombra de uma vereda
com cheiro a malmequeres,
envolto numa mortalha estrelada
qual crisálida de solidão
...à espera....
que a vida volte a ser um turbilhão

a roda gira
e volta a girar
e eu nunca sei
onde tu vais parar?!


?! Sozinho.....ah, pois sim (nem que tu quisesses...não te livras assim de mim tão facilmente)

3:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sonhei contigo esta noite.
Estavas aqui comigo,olhando o rio
Sentado no parapeito da janela
sem dar conta do vazio.
Não dizias uma palavra mas teus olhos falavam,
Falavam do sonho, da alegria de sentir...
Já nada era meu...tudo pertencia a ti,
e eu sentia o teu fogo arder no meu coração...e o meu coração não cessava de chamar por ti...
E agora estás aqui...
Consegues estar sempre presente, mesmo quando a luz está ausente.
Os teus braços seduzem o meu corpo
que não resiste ao doce chamamento
de me perder em ti em todo o momento...
E, teus lábios, em cada toque
Extasiam-me, dão-me vida...
Contigo senti-me eu...
A magia foste tu...
Contudo, apenas sonhei!

6:26 da manhã  

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