segunda-feira, novembro 27, 2006

pastelaria

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny

terça-feira, novembro 14, 2006

words?!

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Cant you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence...
(depeche mode)

sexta-feira, novembro 03, 2006

Latas

O dia cai devagar, num belo fim de tarde de Outono. Silenciosamente a noite nasce, a cidade adormece, o café acorda os sentidos. É tempo de correr por aí fora, pelo mundo, pelo parque… pelo tudo e pelo nada…
Noite após noite sinto-me seduzido pela confusão, pelo barulho, pela alegria falsa, pelo álcool e afins. A noite deixa de ser minha e passo a ser eu que lhe pertenço, conquista-me, sou uma simples marioneta nas suas mãos frias. Passo de um boémio a um simples bêbado…
Noite após noite, num eterno ciclo de vício e auto destruição deambulo por entre as pessoas que se balançam anestesiadas como mortos vivos ao sabor de músicas estranhas…
A linha que separa o divertimento da auto-destruição é demasiado ténue… mais uma vez perdi o controlo… e foi… bom!
O dia nasce lentamente, é tempo de descansar, de parar… de acordar...

In the cold light of morning while everyone is yawning
You’re high
In the cold light of morning the party gets boring, you're high
As your skin starts to scratch and wave yesterdays action goodbye

Forget past indiscretions
And stolen possessions
You’re high
In the cold light

In the cold light of morning while everyone’s yawning
You’re high
In the cold light of morning
You’re drunk sick from whoring and sex Staring back from the mirrors
A face that you don’t recognise

It’s a loser a sinner a cock and a dildo’s disguise
In the cold light
(in the cold light of morning, placebo)

Vamos beber como se o amanhã não existisse?