terça-feira, dezembro 26, 2006

No negro escuro da noite acordo sobressaltado, como se algo ou alguém me tivesse acordado, salvo do eterno pesadelo que é o meu pobre subconsciente. Sinto que algo não esta bem nesta noite de Inverno, algo está profundamente errado. Sinto suores frios, arrepios nas costas… apercebo-me, na escuridão, que a cama está toda remexida como se tivesse tido o pior dos pesadelos… engulo em seco…
Fecho os olhos e suspiro, algo me sufoca, algo aperta a minha garganta, quero respirar mas não consigo, como que se mil e uma mãos apertassem o meu pescoço, sinto o aperto a aumentar, tento lutar, não consigo respirar…
O ar não me entra nos pulmões, começo a desesperar… o meu pescoço dói-me, como se todos os meus fantasmas do passado tivessem saído das profundidades da minha alma e estivessem-me a sufocar, puxassem-me para o inferno, para o nada… debato-me contra o meu passado… contra mim mesmo…
Quero inspirar mas não consigo, o aperto é insuportável, as orbitas dos meus olhos dilatam-se, como se os meus tristes olhos fossem saltar… sinto o meu cérebro à procura de algum oxigénio… o meu coração bate… sinto as forças a abandonarem-me…
Acordo, projecto todo o meu corpo para a frente, enquanto bebe uma golada de ar fresco… suspiro…

É só uma dor de garganta...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

PERSON OF THE YEAR

Vazio

Um vazio cheio de tudo, e sem nada…
Um vazio apático, estático, estagnado, negro, feio e amargo.
Vazio, buraco fundo, hiato, gap. Nada de novo e tudo do mesmo… Demasiado igual, e sempre diferente na vulgaridade dos dias mais ou menos precários…
Vazio de sentimentos novos, numa pessoa que já não sente…
Vazio de sonhos, sem nunca os ter tido…
Vazio de conhecimentos,
Vazio de identidade...
Um vazio, vazio de coisas boas e más…
Vazio sem futuro e um futuro vazio.
Um não ter nada, mas talvez nunca tive alguma coisa, e se tive… nunca foi minha…
Perdido no vazio, sem norte… e sem querer encontrar o norte e sair deste vazio demasiado confortável.