1/4 de século
Não faz sentido... o hoje não devia de existir... Foi esse o acordo que fiz, desde tenra idade, com o meu debilitado organismo. Jamais passar dos 25! Mas, mais uma vez o meu pobre e decadente corpo me pregou uma partida, infelizmente o dia nasceu e eu voltei a acordar. Acordei para o igual, para o mesmo... Sempre os mesmos acordes mal tocados, secos e insossos. Mas por cá continuo, preso a algo com que eu não me identifico, preso à vida. Vida deprimente, igual e sem sentido e que infelizmente continuará a não fazer sentido.
Não quero, não gosto, não posso voltar a olhar... olhar para as mesmas pessoas, para os mesmo sítios cinzentos e sem cor. Já nem a guitarra consegue pintar de cor o negro mundo que me rodeia. E como se isso não bastasse, sinto que o meu corpo me falha. Tenho pena que o meu cansado cérebro lentamente perca a informação que fui adquirindo ao longo do tempo... deixe escapar, por entre a vulgaridade do dia a dia, momentos únicos do passado que deviam ter sido guardados numa redoma de vidro para que nunca, por nenhum motivo, fossem estragados ou deturpados... Sons, cheiros, sítios, músicas, sorrisos, pessoas... começam lentamente a ser apagados, censurados, oprimidos... e os sonhos?! morrem... são absorvidos pelo dia a dia quadrado que levo. Tenho saudades de pessoas, de sítios únicos, de abraços. Saudades dos verões e das conversas parvas até ser dia, sempre regadas com substâncias mais ou menos ilícitas... Isto de viver é estupidamente parvo, procuram-se sempre novas coisas para "ser feliz" e deixam-se escapar sempre as que encontramos... As coisas que antigamente faziam tanto sentido... vão deixando de o fazer até serem encostadas ao canto das "parvoíces"... é triste...
"tudo isto é triste... tudo isto é fado..."
Não gosto dos 25, ficarei eternamente nos 24.
Não quero, não gosto, não posso voltar a olhar... olhar para as mesmas pessoas, para os mesmo sítios cinzentos e sem cor. Já nem a guitarra consegue pintar de cor o negro mundo que me rodeia. E como se isso não bastasse, sinto que o meu corpo me falha. Tenho pena que o meu cansado cérebro lentamente perca a informação que fui adquirindo ao longo do tempo... deixe escapar, por entre a vulgaridade do dia a dia, momentos únicos do passado que deviam ter sido guardados numa redoma de vidro para que nunca, por nenhum motivo, fossem estragados ou deturpados... Sons, cheiros, sítios, músicas, sorrisos, pessoas... começam lentamente a ser apagados, censurados, oprimidos... e os sonhos?! morrem... são absorvidos pelo dia a dia quadrado que levo. Tenho saudades de pessoas, de sítios únicos, de abraços. Saudades dos verões e das conversas parvas até ser dia, sempre regadas com substâncias mais ou menos ilícitas... Isto de viver é estupidamente parvo, procuram-se sempre novas coisas para "ser feliz" e deixam-se escapar sempre as que encontramos... As coisas que antigamente faziam tanto sentido... vão deixando de o fazer até serem encostadas ao canto das "parvoíces"... é triste...
"tudo isto é triste... tudo isto é fado..."
Não gosto dos 25, ficarei eternamente nos 24.
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